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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Os benefícios do alho na nossa alimentação


O alho (Allium sativum) é uma espécie herbácea originária da Ásia Ocidental e Europa, utilizada há milênios como tempero e medicamento. Suas primeiras referências foram citadas em quadros de barro da Suméria, datados de 2.600 a 2.100 a.C. Os antigos egípcios registraram no papiro de Ebers (1550 a.C.) mais de 800 fórmulas terapêuticas baseadas nesse vegetal, sendo que destas, 22 mencionavam a aplicação para o tratamento de problemas do coração.
Os efeitos farmacológicos do alho são atribuídos aos compostos orgânicos sulfurados, derivados do aminoácido cisteína, subdivididos em sulfóxidos de S-alilcisteína e γ-glutamil-S-alilcisteína. Já foram identificadas cerca de 30 substâncias com potencial efeito terapêutico. Os compostos sulfurados, presentes no alho estão em quantidades 3 vezes superiores aos de outros vegetais também ricos nestas substâncias, como a cebola e o brócolis.
A maioria dos componentes sulfurados não está presente nas células intactas. Quando o alho é amassado, partido, cortado ou mastigado ocorre uma interação entre os vários compostos, desencadeando reações químicas sequenciais, permitindo que a aliina entre em contato com a enzima aliinase e ocorra a formação do composto alicina. Como este composto é muito volátil, o consumo do alho deve ser imediato e de preferência sem que haja ação de calor.
Os compostos organossulfurados como S-alilcisteína, dialisulfi do, alicina e seus derivados, contribuem para a redução dos níveis de colesterol plasmático. Essas substâncias inibem a fosforilação da hidroximetilglutaril-Coa redutase, enzima envolvida na biossíntese desse lipídeo no fígado. Ainda, demonstram atividade antioxidante, capaz de inibir a peroxidação do LDL e retardar o desenvolvimento da aterosclerose. É relatado que a alicina reduz significativamente as taxas de fosfolipídeos e aumenta os níveis de HDL, auxiliando a remoção do colesterol em excesso.
Estudos verificaram que a alicina, em ensaio in vitro, promoveu um aumento de 8 vezes no nível de glutationa, substância celular importante na proteção das células perante à ação de radicais livres.
O alho está envolvido também na diminuição da pressão arterial tanto sistólica quanto diastólica. Autores sugerem que o possível mecanismo de ação se deva à inibição da enzima conversora da angiotensina (ECA).
Ainda não há consenso quanto à quantidade de alho que deve ser consumida para esses efeitos benéficos. Alguns órgãos de saúde nacionais e internacionais sugerem que a ingestão de 4g de alho cru ou 8mg do óleo volátil são suficientes para a prevenção de fatores de risco cardiovascular. A American Dietetic Association indica o consumo de 600 a 900mg de alho ao dia. Essas quantidades equivalem ao peso médio aproximado de 1 dente de alho cru.

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