Uma pesquisa da Universidade de Illinois, EUA, mostrou ao menos dois pontos cruciais para introduzir o peixe na refeição das crianças e aponta que os pais deveriam incentivar o gosto pelo alimento desde pequeno.
“Primeiro porque os bebês precisam de muito ômega-3 para o desenvolvimento do sistema nervoso e dos olhos – e os peixes são ricos nesse elemento. Além disso, quando as crianças mudam a dieta do leite materno para as comidas sólidas o consumo do ômega-3 também cai”, aponta Susan Brewer, nutricionista e pesquisadora responsável pelo estudo.
“Em segundo lugar está o fato de que as preferências alimentares de uma pessoa começam a se desenvolver por volta dos 5 anos de idade, então ajudar seus filhos a experimentar peixes e frutos do mar desde cedo pode contribuir para uma boa alimentação em longo prazo”, completa Brewer.
Os peixes são ricos em ácidos graxos, em especial o ômega-3, e promovem diversos benefícios para saúde, ajudando a prevenir doenças coronarianas. Mas são poucos os adultos que consomem peixes ao menos duas vezes na semana, como é o recomendado por diversos especialistas. Ajudar as crianças a gostarem de peixe – simplesmente apresentando o alimento na infância – poderia ser um fator positivo que ajudaria a manutenção da saúde do corpo para o resto da vida.
A pesquisadora lembra que no início as crianças podem apresentar certa resistência (assim como acontece com diversos tipos de alimentos, especialmente aqueles com gosto acentuado). “Mas alimentos infantis que têm peixe como base são amplamente populares nos mercados asiáticos, por exemplo. Ou seja, não é impossível que uma criança passe a gostar de peixe. Além disso, a Associação Americana para o Coração e a Associação Americana de Pediatria apoiam esse tipo de iniciativa”, afirma.
O estudo de Brewer foi feito em conjunto com Peter Bechtel, e juntos os pesquisadores desenvolveram uma papinha com base no salmão, peixe bastante popular em todo o mundo, e com um sabor menos acentuado que outros tipos de peixe. Além do ômega-3, os pesquisadores apontam que esse tipo de alimentação também é rico em cálcio (importante para os ossos) e vitamina D.
Outro elemento presente no peixe é o ácido docosahexaenoico (DHA). Essa substância é importantíssima para o bom desenvolvimento de bebês, especialmente os prematuros. “O DHA é importante para o desenvolvimento cerebral e de diversos tecidos nervosos dos bebês. É fundamental que os pais saibam disso e procurem introduzir diversos tipos de peixes na dieta de seus filhos desde cedo”, finaliza Brewer, cujo trabalho foi publicado no periódico Journal of Food Science.
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