quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Café com Conhecimento: Conversa com o Pediatra Alergista Isaac Azevedo Tenório


CAFÉ COM CONHECIMENTO


Nessa rodada de Café com Conhecimento contamos com o Dr Isaac Tenório falando sobre alergias alimentares e sua relação com o autismo.


Isaac Azevedo Tenório

Médico formado pela UFAL - Universidade Federal de Alagoas, também cursou Administração de Empresas pela AIEC. Fez sua residência médica na Fundação Hospitalar do Distrito Federal em medicina interna e em radiologia e diagnóstico por imagem na Fundação José Normanha/Instituto Goiano de Radiologia. Com Especialização em Alergia Alimentar e Pediatria pela UNIGRANRIO. Co-Autor do Manual de Alergia Alimentar publicado pela editora Rubio.
Telefone para contato: +55 (99) 9951-4991


Santa de Casa Faz Milagre: Poderia explicar um pouco a teoria da relação entre alergia e autismo?

Dr. Isaac Tenorio: É uma teoria que foi publicada na revista de alergias alimentares.
Nós acreditamos que o sistema gastrointestinal é o maior sistema neuroendócrino fora do sistema nervoso central. Existem mais de 100 milhões de neurônios autônomos no sistema nervoso central. Esses neurônios ficam expostos ao processo inflamatório existente durante um processo de alergia alimentar e são afetados pelo sistema imunológico que reconhece esses neurônios como agentes agressores. Este linfócito, uma vez ativado, cai na circulação sanguínea e procura outros neurônios para afetar. Assim, encontrando os neurônios do sistema nervoso central, levando a doenças degenerativas ou ao autismo.
Essa teoria tem uma comprovação: existe o sistema imunológico com sistema nervoso central com drenagem linfática para os gânglios cervicais posteriores. Em um trabalho nosso, também publicado, nós mostramos que existe no cerebelo, do lado esquerdo, um processo inflamatório (isto detectado através de ressonância magnética) que justifica nossa teoria com o aumento de glutamato, que é o agente que na espectroscopia de ressonância corresponde ao processo inflamatório.


Santa de Casa Faz Milagre: As crianças já nascem alérgicas?

Dr. Isaac Tenorio: As crianças normalmente desenvolvem alergias. Lógico que uma criança, filha de pais alérgicos, que já tem um alérgico na família, tem uma chance muito maior de desenvolver alergias. Seja ela qual for. Uma alergia alimentar vai se desenvolver também pela apresentação precoce dos antígenos, como leite de vaca ou qualquer outro elemento que seja dado. Na nossa cultura, o comum é darmos leite de vaca, leite de lata, e o leite maternalizado, que existem várias marcas no mercado e isso facilita muito o consumo. Essa introdução muito precoce na vida da criança é um dos cofatores. Um outro cofator é o uso de antibióticos de forma excessiva. O excesso de higiene e a questão genética entram como um grande fator propulsor de tudo.


Santa de Casa Faz Milagre: O NAN dado na maternidade realmente é tão prejudicial?

Dr. Isaac Tenorio: Sim, a criança ao nascer não produz ácido gástrico. Ela vem com o sistema gastrointestinal imaturo. Então sem o ácido que seria o primeiro fator para a digestão, ele não vai conseguir induzir as enzimas gastrointestinais a fazer essa quebra do leite. Então esse leite entra em contato num momento especial da vida do bebê em que ele não produz ácido gástrico, essa produção se inicia 48 horas depois do nascimento para que seja absorvido, nesse momento, o leite materno - o colostro - que vai dar a proteção da criança (depois de 48 horas ela fechou a possibilidade da absorção desse colostro). Quando a maternidade oferece o leite de vaca, que é uma proteína não própria, que a criança não reconhece o DNA, cria ali um processo inflamatório contra esse tipo de proteína.


Santa de Casa Faz Milagre: Poderia explicar a diferença entre IGG, IGE E IGM?

Dr. Isaac Tenorio: São imunoglobulinas, são anticorpos, são fatores de proteção que as nossas células produzem que vão dar proteções diferentes. Ficou esquecido aí a IGD que é produzida em menor quantidade e não se fala muito dela.
A IGG tem poderosa ação de proteção a longo prazo; aquele anticorpo de memória, como a catapora que se tem uma vez na vida porque você tem o linfócito de memória e um anticorpo de memória que é o IGG.
A IGM é produzida no processo agudo, uma infecção viral ou uma dor de garganta... nos primeiros 4 meses a produção é de IGM.
A IGE é um anticorpo produzido, a princípio, para proteção contra agentes parasitários. Uma vez não existindo agentes parasitários, ele pode nos levar ao desenvolvimento das alergias. São nesses dois momentos que a IGE é requerida, para o desenvolvimento das alergias e para a proteção contra agentes parasitários como as lombrigas.


Santa de Casa Faz Milagre: Existem muitos exames de alergia: alguns de sangue, de saliva e o prick test. Qual desses é o correto?

Dr. Isaac Tenorio: O exame correto é o que o médico solicitar. E que ele saiba interpretar a gravidade e o grau da alergia. Se você pensar que a alergia é uma doença multisistêmica e clínica. Nós não teremos nenhum exame e um ponto específico que fale de gravidade que possa ser melhor interpretado do que a clínica que cada pessoa tem. Se você é uma pessoa que tem a clínica muito grave com IGE baixo e outros tem uma clínica muito natural que não tem grande importância, não leva risco de vida com IGE muito alto. Então isso depende da interpretação do médico frente a história clínica e ao exame físico de cada paciente e de forma individual.


Santa de Casa Faz Milagre: Qual a relação das alergias com a relação CD4 e CD8?

Dr. Isaac Tenorio: A relação CD4 e CD8, nos revela para que polo da alergia das doenças imunitárias você está sendo direcionado. Se é para um grau de hipersensibilidade ou para um grau de processo inflamatório, diante das características e da localização desse tipo de linfócito, ambos são linfócitos T e elas diferem dessa forma.


Santa de Casa Faz Milagre: O que é deficiência de IGA e como tratar?

Dr. Isaac Tenorio: Deficiência de IGA é a imunodeficiência de um anticorpo que dá a nossa proteção contra infecções respiratórias e outras. Principalmente quando a gente pensa que é um único anticorpo capaz de agregar a peça secretora e ser excretado em nossas mucosas, como por exemplo, a saliva, a lágrima, dentro da bexiga e dentro do tubo digestivo. Então ele pode ser tratado com dieta. Assim são feitos o tratamento e as orientações corretas. Normalmente com regularização do processo ela melhora e eleva novamente.
Ainda sobre a questão da IGA, não existe, até o momento, a forma de fazer reposição de IGA como acontece nos casos de deficiência de imunoglobulina G.


Santa de Casa Faz Milagre: A questão do IGE com 2198 com PRICK TEST para apenas 6 alimentos que nunca foram consumidos, pode considerar que essa pessoa tenha alergia alimentar?

Dr. Isaac Tenorio: Depende da história clínica, das queixas e da realização clínica para alergia alimentar, que é uma pontuação que nós desenvolvemos para facilitar para que o clinico, o pediatra, ou geriatra (o médico) possa fazer esse diagnóstico.


Santa de Casa Faz Milagre: Qual exame mais confiável? IGE específico no sangue ou Prick Test?

Dr. Isaac Tenorio: O IGE específico no sangue só vai dar positivo nos casos que forem IGE mediado. Já o Prick Test pode dar positivo tanto no IGE mediado quanto no não mediado. Eu prefiro, na minha prática clínica, utilizar o Prick Test.


Santa de Casa Faz Milagre: IGE especifico deu alergia a ovo, milho e frango e no prick não deu? Qual mais confiável?

Dr. Isaac Tenorio: Isso vai depender da prática clínica e da orientação do médico que está observando.


Santa de Casa Faz Milagre: CD4 e CD8 de 1,5 com rodízio de alimentos baixa para 1,2. Essa alteração pode se dar pelo uso de probióticos?

Dr. Isaac Tenorio: Sim, pode ser o uso de probiótico ou por má orientação desse rodizio. Depende de quantos dias tem o rodizio, ou como foi feito. São esses detalhes que tem que ser revistos, ou se não houve alguma intercorrência durante este período de observação e de tratamento. Muitas vezes você está fazendo certo, mas em algum momento houve um erro que teve a reativação do processo e houve essa baixa posterior. Isso às vezes acontece. Tem que retornar ao médico que está fazendo a orientação dietética para que seja revisto.


Santa de Casa Faz Milagre: Algum remédio ou suplemento ajudam o CD4 e o CD8 a normalizar quando muito baixos?

Dr. Isaac Tenorio: Não há nenhum remédio específico para regularizar CD4 e CD8. A única forma que conhecemos é, realmente, a dieta.


Santa de Casa Faz Milagre: O que significa CD56 baixo?

Dr. Isaac Tenorio: CD56 é um linfócito chamado natural killer. Se ele está baixo é porque tem uma deficiência. Infelizmente nós não conseguimos medir se existe uma deficiência na função dele ou se é só em números, mas o laboratório atual disponível é que o CD56 baixo depende da interpretação clínica do médico que está acompanhando o paciente.


Santa de Casa Faz Milagre: É necessário que a criança esteja em dieta sem glúten, caseína e açúcar para seguir a dieta de rotação?

Dr. Isaac Tenorio: Normalmente, dependendo do caso, se retira esses alimentos. Se estou diante de uma criança com autismo ele normalmente já é apresentado sem o consumo desses elementos. Se é uma criança que está em enteropatia, a proteína da dieta, depende qual proteína está envolvida e do perfil imunológico que ela apresenta.


Santa de Casa Faz Milagre: Há casos de criança recuperadas apenas com dieta de rotação?

Dr. Isaac Tenorio: Sim. Há várias crianças recuperadas em nosso consultório. Já conseguimos dar alta e recuperá-las da alergia alimentar.


Santa de Casa Faz Milagre: De quanto em quanto tempo o prick test deve ser refeito?

Dr. Isaac Tenorio: Normalmente eu repito a cada 6 meses para orientação da dieta e orientação da família.


Santa de Casa Faz Milagre: Qual o propósito da terapia com PREDSIM? Quando ele é indicado?

Dr. Isaac Tenorio: A terapia do Predsim tem o propósito de melhorar e reduzir o processo inflamatório existente no sistema nervoso central. Ela tem indicação quando existe a suspeita desse processo.

Santa de Casa Faz Milagre: É verdade que após 12 anos de idade algumas alergias alimentares podem normalizar sem nenhuma intervenção?

Sim. Na entrada da adolescência existe um pico de desenvolvimento do sistema imunológico e pode acontecer a melhora de todas as alergias, não só as alimentares, as respiratórias também, como as bronquites e asmas.


Santa de Casa Faz Milagre: Crianças recuperadas precisam manter a dieta para sempre ou somente se for uma alergia a um alimento específico mantém a restrição deste?

Dr. Isaac Tenorio: As crianças recuperadas de um processo alérgico devem manter a dieta conforme a orientação do médico que as acompanha. Nós orientamos a manutenção até a cura imunológica; até a regulação do sistema imunológico.


Santa de Casa Faz Milagre: É possível uma criança ter uma alergia cerebral e não autismo? Ela tem chance de recuperação?

Dr. Isaac Tenorio: A nossa crença e o que tem publicado refere que é possível, pois o autismo é uma doença alérgica. E acreditamos que toda doença alérgica bem orientada, pode levar a cura do paciente. Esse é o nosso desejo. Estamos a caminho disso e ainda existe um longo caminho de pesquisa para se chegar à cura das alergias. Mas uma boa orientação, uma boa definição do quadro, um bom estudo imunológico e o acompanhamento do paciente é que vai dizer se ele está melhor ou não.



Muito obrigado, Dr. Isaac, por nos apresentar as respostas para as nossas dúvidas e de tantas outras pessoas.









sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Tenho um filho Autista, e agora?

Se você acabou de receber um diagnóstico de autismo para seu filho, você vai ter uma das duas reações:

Respirar aliviada porque, enfim, tem um diagnóstico, ou chorar, chorar, chorar.
A primeira acontece depois que a gente vem de uma verdadeira romaria em médicos, tentando descobrir o que está acontecendo com nosso filho. Por incrível que pareça, por pior que seja o diagnóstico, pelo menos temos um ponto para começar, e isso é bem melhor do que a impotência que sentimos quando, consulta após consulta, a única coisa que escutamos é: seu filho tem alguma coisa errada, só não sei o que é. Nessas idas e vindas você chora tanto, passam tantas possibilidades pela sua cabeça, toma conhecimento de tantas doenças que existem e que você nem imaginava, que ao receber o diagnóstico tudo que você quer é se focar no “espectro autista” e ir atrás de alternativas que, com certeza, existem.
A segunda é quando o diagnóstico é feito mais rapidamente e os pais não tiveram tempo de se acostumar com a tal idéia de que “seu filho tem alguma coisa errada, só não sei o que é”.
É uma bomba caindo em cima de sua cabeça. Por isso o melhor a fazer é chorar, chorar, chorar.
Mas, com um detalhe, longe de seu filho. O fato dele não conseguir se comunicar, não significa que ele não consiga entender. Crianças autistas que tiveram grandes melhoras e até que perderam o diagnóstico, falam que conseguiam entender várias coisas, mas não conseguiam se comunicar.
Depois que tiver chorado bem, pare e repare numa coisa:
O mundo parou por causa do seu sofrimento? Não.
Alguém, depois de ver suas lágrimas, ficou com pena de você e resolveu ir atrás do que pode ser feito por seu filho? Raramente. Algumas pessoas que têm um filho especial foram premiadas com uma família e amigos mais que especiais também. Mas são poucas. E mesmo assim, essas pessoas não vão fazer nada sem você. Elas vão te ajudar. Mas a procura é sua.
Vocês conhecem o texto de Cora Coralina, “A Procura”?
A Procura
 (Cora Coralina)

Andei pelos caminhos da Vida
Caminhei pelas ruas do Destino -
procurando meu signo.
Bati na porta da Fortuna,
mandou dizer que não estava.
Bati na porta da Fama,
falou que não podia atender.
Procurei na casa da Felicidade,
a vizinha da frente me informou
que ela tinha mudado
sem deixar novo endereço.
Procurei a porta da Fortaleza.
Ela me fez entrar: deu-me veste nova,
perfumou-me os cabelos,
fez me beber de seu vinho.
Acertei meu caminho.



Pois é, a nossa porta é a da Fortaleza.
Isso quer dizer que não adianta ficar derramando lágrimas, elas não se transformam em suor.
E é justamente de muitas gotas de suor que precisamos, para correr atrás de ajuda para nossos filhos.
O autismo, hoje chamado de Transtorno Pervasivo de Desenvolvimento, é uma síndrome.
Isso significa que as crianças que estão dentro desse espectro vão ter características, muitas vezes, diferentes. Existem vários comportamentos, particularidades e sinais. Cada criança vai ter uma combinação própria. O s prejuízos podem ser na interação social, na comunicação verbal e não-verbal, no brinquedo imaginativo, no comportamento e nas estereotipias. Por isso, dificilmente vai existir uma “fórmula” única para tratá-las.
O que podemos fazer é começar a reparar nas particularidades de cada uma e tentar descobrir o que já funcionou, ou pode funcionar em cada caso. O mais importante é que, enquanto procuramos, elas estejam bem assistidas por psicólogos, psiquiatras, terapeutas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.
Isso porque, de acordo com várias pessoas que tratam de autistas, quando essas crianças apresentam determinado nível de melhora estão como se tivessem saído de um estado de coma. O cérebro fica apto a absorver e processar um determinado nível de informações, que varia de criança para criança. Mas qualquer nível que seja, ela vai ter que se adaptar à nova realidade. É bom que já estejam sendo preparadas para essa realidade.
Não somos médicas, o que falamos aqui é simplesmente fruto da observação e de muita leitura. Em nenhum momento pretendemos substituir algum profissional.
Pelos casos que temos visto, achamos que a primeira coisa a ser feita é um EEG. Lógico, se ainda não tiver sido feito.  Apesar das estatísticas indicarem que só 30% dos autistas têm epilepsia, na vida real esse número é bem maior. Estamos acostumados a achar que epilepsia é sinônimo de convulsão, e não é só isso. Ausências são um tipo de epilepsia também. São pequenas “desligadas” que as crianças dão. E muitas vezes demoramos a perceber. Às vezes, nem mesmo percebemos. Se não tiver nada, ótimo. Se tiver, o neurologista vai saber a melhor atitude a ser tomada.
Mais duas avaliações simples devem ser feitas. Uma no oftalmologista e outra no odontologista. Algum problema nessas áreas é relativamente fácil de ser identificado.
Nos EUA, os chamados biomédicos, têm tido grande sucesso no tratamento de autistas. Eles consideram que essas crianças têm um sistema imunológico fraco, que não consegue desintoxicar adequadamente seu organismo.  A causa da criança “ser” autista pode ser genética, afinal a prevalência do número de meninos em relação às meninas já é um indicativo disso. Mas a genética não explica o aumento do número de casos de autismo nas últimas décadas, como não explica o aumento de doenças como esclerose múltipla, câncer, fibromialgia e muitas outras.  O que parece ter aumentado são os fatores que fazem com que essas doenças se manifestem, sejam ativadas. E que fatores mudaram tanto nos últimos anos? A alimentação, a poluição, o uso de produtos químicos, de conservantes, etc. É uma lista sem fim.  Esses tratamentos biomédicos, para crianças autistas, se baseiam em desintoxicação de alimentos e metais pesados, nutrição e tratamento de problemas intestinais.
São eles que temos estudado e são informações sobre eles que temos procurado colocar nesse blog. De certa forma, mais uma vez lembrando que não somos médicas, é a forma que temos de tentar melhorar um pouco a qualidade de vida dessas crianças. Elas já foram comparadas aos “canários nas minas de carvão”, em alusão aos pássaros que são colocados em minas para medir o grau de intoxicação do ambiente. Devido à fragilidade de seus organismos, mesmo um baixo nível de intoxicação pode matá-los. Quem sabe nossas crianças são realmente supersensíveis ao meio ambiente? E enquanto a Medicina não consegue descobrir a causa disso, que mal há em desintoxicá-las e nutri-las melhor?

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Café com Conhecimento: A predileção de crianças autistas por carboidratos refinados e eletrônicos

Café com Conhecimento

O Dr. Jack Kruse faz uma análise sobre a predileção de crianças autistas por carboidratos refinados e eletrônicos: Não deixe de ler, você irá surpreender-se com as conclusões.


A análise do plasma de crianças autistas, através de radioisótopos, oferece pistas para entendermos a razão da predileção dessas crianças por carboidratos refinados e dispositivos que emitem luz azul (como TVs, tablets e celulares).

Por que isso é um relato comum nessas crianças?
Quando as mitocôndrias estão danificadas elas não podem utilizar a beta-oxidação para queimar gordura. Então o organismo tem que se apoiar pesado sobre o ciclo Krebs para produzir energia. Esta quantidade de energia não permite a função completa da célula. É por isso que as crianças no espectro tem predileção por carboidratos e amam os dispositivos luz azul. Os pais precisam atuar para não permitir que essas coisas aconteçam pois tende a aprofundar as dificuldades da criança.
Estas duas ações impactam o microbioma intestinal e demandam que o ciclo de Krebs funcione de maneira mais rápida. O problema é que quanto maior o tempo em que se permanece nesse ciclo, mais profundo são os defeitos mitocondriais
O glutamato é sempre elevado nessas crianças, porque o glutamato é parte do ciclo de Krebs quando ‘em funcionamento mais rápido’, dado que essas crianças não podem, por dificuldades mitocondriais, acessar a beta-oxidação de gorduras.

A prova: Estudos têm mostrado que o aumento da estimulação do consumo de oxigênio e N-acetilglutamato e síntese de ureia são acoplados a agmatina induzida por oxidação do “mitochondrial fatty acid”. Leia mais em: http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371%2Fjournal.pone.0158688.

IMPLICAÇÕES: Nesse contexto de dificuldade o glutamato vai subir no plasma sanguíneo, resultando em estereotipias, agitação, dificuldade de aprendizagem,...

Café com Conhecimento: Pode a genética influenciar a saúde de seu intestino?

Café com Conhecimento

Pode a genética influenciar a saúde de seu intestino?
Baseado em: http://bodyecology.com/articles/can-genetics-explain-an-unhealthy-gut

Pesquisas genéticas recentes revelam que nossa composição genética influencia a nossa saúde intestinal, tanto quanto a dieta e estilo de vida.
"portadores não-secretor do gene FUT2 são mais propensos a exibir sinais de doença de Crohn, doença celíaca, doença inflamatória do intestino e crescimento excessivo de Cândida."
Podemos influenciar a expressão do nosso DNA com escolhas saudáveis e de gestão de stress, no entanto, o nosso DNA é o modelo de nossa resposta aos estímulos do ambiente e desempenha um papel decisivo na saúde de nosso ecossistema.


O GENE FUT2 E O SEU ECOSSISTEMA
O gene FUT2 controla a quantidade de bifidobactérias que você carrega em seu aparelho digestivo (1).
As bifidobactérias são bactérias probióticas. Elas tem um efeito positivo no seu corpo e promovem o bem-estar. Como os bebês, a maioria de nós tem um ecossistema interior repleto de bifidobactérias, especialmente se que são amamentadas. Mas à medida que envelhecemos temos um importante declínio de bifidobactérias (2). Isto é impactante, uma vez que o intestino é reparado pela atuação de bifidobactérias e as mesmas nos protegem do supercrescimento de Cândida.
Estudos mostram que as bifidobactérias produzem gorduras especiais que alimentam as células intestinais. Essas gorduras, chamadas de ácidos graxos de cadeia curta, aliam-se ao sistema imunológico e ajudam a manter o corpo desinflamado (3).
Bifidobactérias fortalecem o seu sistema imunológico e atuam como protetores do intestino (4).


QUAL O PAPEL DO GENE FUT2?
Cerca de 20% das pessoas carregam uma variação do gene FUT2, tornando-os incapazes de abrigar de forma robusta as bifidobactérias no intestino. Isso pode deixá-lo vulnerável a doenças auto-imunes, doenças inflamatórias intestinais e infecção do trato urinário.
O gene FUT2 decide se o corpo irá 'divulgar ou não' as etiquetas do tipo sanguíneo em secreções corporais (como saliva, suco gástrico e leite) e na mucosa do intestino. Todo mundo tem um tipo de sangue (como tipo de sangue A, B, AB ou O). Mas nem todos nós comunicamos o nosso tipo de sangue na saliva e no muco que reveste o intestino.
Essas secreções (e se elas contêm ou não as marcas para o nosso tipo de sangue) influenciam o tipo de bactérias que crescem no intestino.
Aproximadamente 20% das pessoas transportam uma variação do gene FUT2 que não permite ao corpo revelar o seu tipo de sangue nas secreções e no revestimento do intestino (5). Estes 20%, chamados de não-secretores, não são capazes de abrigar uma comunidade robusta de bifidobactérias.
O gene FUT2 determina se somos vulneráveis a:
  • doenças auto-imunes, como a doença de Crohn (que afeta principalmente o intestino grosso), doença celíaca (que afeta o intestino delgado) e diabetes do tipo I (6) (7) (8)
  • doença inflamatória intestinal
  • infecções do trato urinário (9)
  • candidíase ou supercrescimento de Cândida (10) (11)
  • deficiência de vitamina B12 e algumas formas de anemia (12)

Referências:
  1. Wacklin, P., Mäkivuokko, H., Alakulppi, N., Nikkilä, J., Tenkanen, H., Räbinä, J., ... & Mättö, J. (2011). Secretor genotype (FUT2 gene) is strongly associated with the composition of Bifidobacteria in the human intestine. PLoS One, 6(5), e20113.
  2. Patel, P. J., Singh, S. K., Panaich, S., & Cardozo, L. (2014). The aging gut and the role of prebiotics, probiotics, and synbiotics: A review. Journal of Clinical Gerontology and Geriatrics, 5(1), 3-6.
  3. Goto, Y., & Ivanov, I. I. (2013). Intestinal epithelial cells as mediators of the commensal–host immune crosstalk. Immunology and cell biology, 91(3), 204-214.
  4. Fukuda, S., Toh, H., Hase, K., Oshima, K., Nakanishi, Y., Yoshimura, K., ... & Ohno, H. (2011). Bifidobacteria can protect from enteropathogenic infection through production of acetate. Nature, 469(7331), 543-547.
  5. Kelly, R. J., Rouquier, S., Giorgi, D., Lennon, G. G., & Lowe, J. B. (1995). Sequence and Expression of a Candidate for the Human Secretor Blood Group α (1, 2) Fucosyltransferase Gene (FUT2) HOMOZYGOSITY FOR AN ENZYME-INACTIVATING NONSENSE MUTATION COMMONLY CORRELATES WITH THE NON-SECRETOR PHENOTYPE. Journal of Biological Chemistry, 270(9), 4640-4649.
  6. McGovern, D. P., Jones, M. R., Taylor, K. D., Marciante, K., Yan, X., Dubinsky, M., ... & Rotter, J. I. (2010). Fucosyltransferase 2 (FUT2) non-secretor status is associated with Crohn's disease. Human molecular genetics, 19(17), 3468-3476.
  7. Parmar, A. S., Alakulppi, N., Paavola‐Sakki, P., Kurppa, K., Halme, L., Färkkilä, M., ... & Einarsdottir, E. (2012). Association study of FUT2 (rs601338) with celiac disease and inflammatory bowel disease in the Finnish population. Tissue antigens, 80(6), 488-493.
  8. Smyth, D. J., Cooper, J. D., Howson, J. M., Clarke, P., Downes, K., Mistry, T., ... & Todd, J. A. (2011). FUT2 nonsecretor status links type 1 diabetes susceptibility and resistance to infection. Diabetes, 60(11), 3081-3084.
  9. Sheinfeld, J., Schaeffer, A. J., Cordon-Cardo, C., Rogatko, A., & Fair, W. R. (1989). Association of the Lewis blood-group phenotype with recurrent urinary tract infections in women. New England Journal of Medicine, 320(12), 773-777.
  10. Hurd, E. A., & Domino, S. E. (2004). Increased susceptibility of secretor factor gene Fut2-null mice to experimental vaginal candidiasis. Infection and immunity, 72(7), 4279-4281.
  11. Rupp, C., Friedrich, K., Folseraas, T., Wannhoff, A., Bode, K. A., Weiss, K. H., ... & Gotthardt, D. N. (2014). Fut2 genotype is a risk factor for dominant stenosis and biliary candida infections in primary sclerosing cholangitis. Alimentary pharmacology & therapeutics, 39(8), 873-882.
  12. Tanaka, T., Scheet, P., Giusti, B., Bandinelli, S., Piras, M. G., Usala, G., ... & Ferrucci, L. (2009). Genome-wide association study of vitamin B6, vitamin B12, folate, and homocysteine blood concentrations. The American Journal of Human Genetics, 84(4), 477-482.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Café com Conhecimento: Célula tronco de gordura

Café com Conhecimento

Nessa rodada de Café com Conhecimento contamos com o Dr Sérgio, que nos traz informações sobre o procedimento de células tronco da GID, que é um sistema de coleta e concentração de células tronco de gordura, frescas (não congeladas, não multiplicadas e com manipulação menor que mínima).



Dr. Sérgio Vieira
  • Médico- Faculdade de Ciências Médicas MG, 1985;
  • Cirurgia Geral - Santa Casa de BH, 1988;
  • Cirurgia Craniofacial - Universidade de Pittsburgh, EUA, 1990;
  • Bolsista da Academia de Osseointegração Suíça, 1993 ;
  • Cirurgião Dentista - PUC Minas, 2000
  • Diretor Médico da GID Brasil, 2011.

Descreva sua técnica

O sistema GID de coleta de células-tronco faz o processamento da gordura com duas formas de separação das células. Uma é a centrifugação e esse, no caso do que utilizamos, é associada à digestão enzimática da gordura, o que nos proporciona, comparado com qualquer outro tipo de coleta de célula-tronco de gordura, performance de 40 a 60% superior em número e viabilidade das células. Esses dados constam em diversos trabalhos da literatura.
Com relação ao uso eu gostaria só de ressaltar que a técnica utilizada pela GID para a coleta de células é de manipulação menor que a mínima, segundo Anvisa.

Qual a diferença entre as diferentes técnicas de célula tronco?

As diferenças entre os diversos tipos de célula tronco: a célula tronco tem várias origens no organismo. Já foram identificadas as embrionárias, cordão umbilical, dentre outras. No sangue periférico a gente tem células, mas o número é muito baixo, o que faz com que o sangue da medula óssea seja uma fonte mais rica. A do cordão umbilical e a do dente de leite também tem as mesmas características.
As células são multipotentes ou pluripotentes. Uma coisa a ressaltar é que a gordura como fonte de célula-tronco é o tecido que mais tem célula-tronco. Para vocês terem uma ideia quando comparada à medula óssea ou ao sangue periférico, o sangue de cordão umbilical ou ao dente de leite, ela tem aproximadamente uma centena de vezes mais células do que as outras fontes, isso por cm³ de tecido processado.
A gordura é disparada a maior fonte de células-tronco do organismo.
Com relação a complicações dessas técnicas é aí que vão as maiores diferenças. A retirada da gordura é um procedimento invasivo, mas não é um procedimento complicado. É uma lipoaspiração basicamente. Já a retirada na medula óssea você faz uma punção na crista ilíaca ou em outro osso longo e dali você extrai a medula óssea. A medula óssea tem aproximadamente 5.000 células-tronco por cm³. A gordura tem aproximadamente 900.000 células-tronco/cm³. O cordão umbilical, o uso dele é passível de ser feito, mas contem uma  pequena quantidade de células tronco, apesar de todos os esforços necessários para a manutenção desse tecido. Quando do uso, essas técnicas demandam multiplicações celulares e essas multiplicações é que são o nosso tendão de Aquiles.
As multiplicações celulares envolvem manipulação das células e a adição nessas células de produtos que nem sempre são inócuos no organismo. Da mesma forma que o cordão umbilical, a medula óssea e a polpa do dente, tem que ser multiplicadas. Se vocês considerarem que o indivíduo adulto tem de 15 a 50% do seu peso em gordura, vocês imaginam o quão mais abundante é o tecido adiposo com relação aos outros. Então, uma das diferenças é essa.

Existe risco de câncer?

Evidentemente quanto menor a manipulação, mais seguro é o tecido a ser utilizado. Evidentemente também quando você faz essa manipulação das células, quanto mais vezes você duplicar o número de células, aumenta exponencialmente o risco de câncer ou de alterações tumorais ou de núcleo da célula. Apesar dos cuidados, qualquer proliferação que você faz nas células, você pode promover alteração do núcleo e aumenta o risco. A segurança do congelamento, da multiplicação e da retornada do tecido à temperatura corporal podem ser danosos ao núcleo e à própria célula. A viabilidade das células com o congelamento pode diminuir, apesar das novas técnicas de congelamento, os mecanismos anti-congelamento das células promovem uma segurança maior, no entanto, você mistura até soro bovino para conservar essas células, em alguns casos. Uma coisa diferente da célula-tronco fresca da gordura é que você injeta junto com ela dezenas de partículas proteicas e hormônios de cicatrização que são injetados conjuntamente com essas células frescas, o que não acontece em nenhum dos outros mecanismos, nenhuma das outras técnicas tem essa propriedade.

Pode haver correlação entre idade e o transplante de células ter sucesso? Tenho visto crianças mais velhas se beneficiarem mais.

Pelos poucos dados com relação à correlação entre respeito da idade e ao transplante de células. Já podemos quase afirmar com certeza que o número de células não correspondeu diretamente à eficiência do tratamento. Ou seja, nós tivemos paciente com poucas células transfundidas e muito resultado, como tivemos paciente com muitas células com um resultado um pouco inferior. Nós ainda não encontramos a relação ideal entre o número de células e os resultados dos pacientes.

Qual a dificuldade de liberação e mais estudos no Brasil sobre SC para autismo?

A dificuldade para liberar estudos no Brasil está relacionada à atividade do CONEP – Comitê Nacional de Ética em Pesquisa. A gente tem uma dificuldade tremenda em cumprir todos os pré-requisitos, mesmo se tratando de células do próprio indivíduo. A gente pede 10 pacientes, eles deixam 4 e a gente tem que ficar 2 anos esperando os resultados desses primeiros. A gente pede mais 20, eles deixam 8 e a gente tem que ficar mais 2 anos. Então, as coisas são arrastadas por causa das regras do CONEP. Eles têm razão em fazer isso, eu acredito, em função de algumas drogas que estão sendo colocadas no mercado hoje em dia que tem que ter esse acompanhamento mais próximo. Nós vimos recentemente a pílula anticâncer que deu aquela confusão. Se a gente for olhar a célula do próprio indivíduo, célula fresca, ela por lei é considerada um enxerto. Só que nós estamos utilizando a célula como tratamento celular. Esse conjunto, essa bateria, esse grupo de células mais o grupo de hormônios é um tratamento celular. Os resultados para o TEA que a gente tem observado estão sendo alcançados muito mais cedo do que seria passível de ser resultado da injeção da célula. Eu acredito que o hormônio que faz imunomodulação e modelação da reação inflamatória, esses hormônios tem um papel importantíssimo nos resultados que foram observados em pacientes com Transtorno do Espectro Autista.

Quais as formas de extração de células tronco utilizadas pelos médicos que estão fazendo esse procedimento no Brasil? Dente? Gordura? Qual a melhor?

Com relação às formas de extração das células tronco, eu diria que as melhores fontes estão na gordura e na medula óssea ou cordão umbilical. Por que isso? Porque o cordão umbilical você tem um banco de cordões que tem milhões ou milhares de cordões congelados. Quando você precisa de células para um indivíduo não necessariamente será o dele, ele pode ser mesclado com vários e isso proporciona um aumento no número de células, mas, ainda assim, células congeladas e nem sempre com a viabilidade necessária a um tratamento. A gordura, não é porque eu represento a gordura, mas de todos os trabalhos que já vi no mundo, a gordura se mostra mais inteligente.
Em termos de eficiência não posso dizer porque nós ainda não temos um trabalho formal, porém a forma de obtenção e o número de células junto com a quantidade de hormônios que é injetada junto dessas células, em PH e osmolaridade iguais a do plasma, com temperatura do corpo, isso tudo garante que nós estamos injetando um tecido saudável e vivo. Isso é importantíssimo. A gente não pode garantir o tratamento, mas a gente pode dizer que melhora a excelência da proposta de tratamento. Como ele é feito. A gente faz uma lipoaspiração no paciente tirando o máximo de gordura possível para uso naquele procedimento; esse tecido é processado em circuito fechado, ou seja, não há manipulação do tecido fora do frasco. Ele é lavado retirando o óleo sobrenadante, retirando os restos de tecido, como restos de sangue e outras células que poderiam alterar o PH. Essas coisas são retiradas durante essa lavagem. Depois a gente adiciona um pouco mais de líquido e põe a enzima junto do tecido. Ele fica por 40 a 50 minutos dentro de um agitador térmico que mantém a temperatura do tecido em torno de 38 graus e misturando a enzima que é a colagenase. A colagenase dissolve o tecido soltando as células que estão presas entre as células de gordura, perto dos vasos sanguíneos. Depois de misturado, esse tecido é tamponado, a gente tampona essa enzina, ela perde seu efeito enzimático e a gente processa o tecido através de centrifugação. Isso nos garante um maior número células, um maior número de células viáveis. Elas são, então, injetadas no paciente no mesmo ato cirúrgico. O paciente fica dentro da sala, isso é feito dentro da sala de cirurgia. A célula é fresca, não é manipulada e ela tem tanto a viabilidade quanto o número de células, ele é muito maior do que nos outros sistemas. 

Quais os benefícios da aplicação intratecal. Ouvi por especialistas no Panamá que intratecal e venoso dá no mesmo. Quais os Perigos da intratecal?

A injeção intratecal dessas células, que dizer, dentro do líquor que está em contato com o cérebro. Existem várias correntes nesse sentido. Existe uma corrente que a injeção intratecal tem mais efeito e existe uma corrente que defende que a injeção venosa tem mais efeito. A única coisa que eu ainda não consegui explicação suficiente para responder essa pergunta adequadamente é o número limite máximo de células que eu posso colocar dentro do líquor sem causar alteração para o paciente, causar algum problema, que pode ser até uma meningite. Então, a gente deve ir com cuidado para não exceder esse limite fisiológico.

Gostaria de saber se já fazem no Brasil células troncos e se alguém já fez e teve resultados?

No Brasil há diversos grupos trabalhando com pesquisas com célula-tronco para o autismo. Acho que no Paraná tem um, tem gente no Rio e São Paulo trabalhado com isso. Volto a dizer, não sei o estágio atual. Vamos ter uma ideia disso em outubro em uma reunião na Câmera dos Deputados em Brasília. O Alisson, um pesquisador brasileiro que mora na Califórnia vai trazer os resultados.

Tenho o cordão umbilical guardado, pode ser usado? Quais os benefícios? Eu tenho as células do cordão do meu filho armazenadas. Em que isso pode contribuir para meu filho TEA?

O único benefício que eu vejo do cordão umbilical guardado é a propriedade que ele tem de ser do próprio indivíduo. Volto a dizer que as células congeladas podem perder viabilidade e pode de ter, na hora de multiplicar, muita alteração. Porque você tirar de um tecido que tem 5 mil células-tronco/cm³, você tirar 50 ou 60 milhões de célula para fazer um tratamento, a multiplicação é grande. Eu, pessoalmente, nunca fiz, mas pessoalmente eu tenho desconfiança da manipulação excessiva dessas células. No entanto, ele já foi congelado, guardado e pode ser utilizado em caso de necessidade.
Como faço para extrair essa célula?
Como eu já expliquei, pode ser por punção dentro do osso, pode ser o osso longo fêmur, pode ser a tíbia, pode ser o rádio, o externo ou a crista ilíaca. Normalmente se opta pela crista ilíaca que tem maior volume de polpa. Assim mesmo se a gente juntar toda a medula óssea de um paciente adulto ela não chegará a 1 litro de medula óssea. Então, é limitada a quantidade. Já as células-tronco de gordura, você faz uma lipoaspiração que pode se tornar praticamente ilimitado. Precisou fazer, você engorda e faz de novo.

Este procedimento é feito nos EUA? Se não, por quê?

Esse procedimento ainda não é feito nos Estados Unidos para uso em autismo. Eles ainda estão atrasados em pesquisa porque o Bush segurou as pesquisas por 12 ou 13 anos e depois que ele saiu ainda continuaram travados pela legislação. Agora eles estão iniciando os trabalhos de forma mais controlada.

Queria saber qual a diferença da célula tronco extraída da gordura e a célula-tronco do umbigo. Essa do umbigo seria a mesma do osso do fêmur e da coluna?

O que diferencias as células-tronco da gordura para as células-tronco do umbigo são as linhagens que elas são capazes de desenvolver. Da mesma forma que as do dente e da mesma forma que as do embrião. Quando você tira do embrião, a célula embrionária tem um a capacidade imensa de se transformar em qualquer um dos 200 tipos celulares ou mais que a gente tem no organismo. As da medula óssea, do cordão ou do dente tem mais ou menos a mesma potência. Da gordura, a gente teria que para fazer outros tipos celulares, por exemplo de linhagem do sangue, você teria que fazer uma modificação um pouco maior. Porém para os outros tipos de tecido, ela tem a capacidade de transformação quase igual à dos outros tipos de célula-tronco.

Esse tratamento de células tronco é indicado para todas as crianças? Quais benefícios podemos esperar?

Poder ser indicado para todas as crianças eu acho que é mais uma necessidade nossa do que da própria criança, porém nós estamos na pontinha do iceberg e estamos descortinando o real contorno dessa terapia, o real resultado dessa terapia para os indivíduos. Os resultados são extremamente promissores na área de movimentos finos de mão, atenção, obediência a comando verbal, independência, fala, comunicações e convivência. Isso tem sido observado em quase todos os pacientes, a convivência com os irmãos e as outras pessoas melhoram muito. A gente tem resultados excepcionais, a gente pode observar resultados excepcionais, independentes do número de células. Talvez seja por causa do tipo de células que foram usadas.

As células tronco são capazes de alterar um gene?

Não, mas eu gostaria de salientar uma coisa: nem sempre o TEA está ligado a alteração genética. Ela pode ser uma alteração genética que altera uma função de uma enzima, por exemplo, no corpo. Ou ela pode ser a uma alteração genética levando à alteração de um componente que vai alterar as funções no cérebro. Isso pode ser alterado ou pode ser revertido, com a modulação da inflamação e da imunogenicidade. Ou seja, o meu organismo começa a aceitar aquela alteração com menos reação do próprio organismo. E a imunogenicidade é importante para manter esse “ataque”, vamos dizer assim, essa resposta a uma agressão qualquer, seja digestiva, seja ambiental, ela promove uma modulação dessas respostas e melhora o quadro geral. Alteração genética a gente nem espera dessas células, mas tem coisa vindo por aí. Já ouvi trabalhos que vão começar a promover essa alteração genética a partir da identificação de um dos genes responsáveis pelo Transtorno do Autismo.


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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O uso da L-Carnosina no autismo

Café com Conhecimento

O impacto da suplementação com L-Carnosina em crianças autistas


Baseado em: http://www.autismparentingmagazine.com/news-benefits-l-carnosine-autistic-children/ 

L-carnosina é um aminoácido que ocorre naturalmente no corpo. As concentrações mais elevadas de L-carnosina são encontradas nos tecidos do coração, músculo e cérebro. A carnosina é classificada como um dipéptido, que é um composto feito de moléculas de aminoácidos que estão ligados entre si. Seu uso pode melhorar a função do lobo frontal no cérebro e as pesquisas sugerem que também é um antioxidante poderoso.
A forma sintética de carnosina está disponível e vendido como um suplemento para ajudar a tratar uma variedade de problemas de saúde. Estas incluem doenças de fígado, câncer, catarata e Alzheimer. Também é comercializado como um nutriente anti-envelhecimento. Alguns médicos e pesquisadores afirmam que a carnosina pode ser de grande ajuda para crianças com autismo.
Pesquisas indicam que a carnosina pode ajudar crianças autistas em uma variedade de maneiras, principalmente no que toca o comportamento da criança e habilidades de linguagem, bem como melhorar a função do sistema nervoso. Estudos têm relatado que as crianças que tomam suplementos de carnosina têm mostrado melhora nas seguintes áreas:
  • vocabulário
  • compreensão da linguagem
  • comunicação
  • socialização
  • reconhecimento de objetos
  • consciência do ambiente
  • habilidades motoras finas
  • processamento auditivo
Um estudo duplo-cego (controlado e com uso de placebo) foi conduzido pelo Dr. Michael G. Chez, et al. No estudo, trinta e uma crianças com autismo entre as idades de três a doze anos foram tratados com um suplemento de carnosina ou um placebo. O estudo durou oito semanas, ao final a maioria das crianças que tomavam os suplementos de carnosina apresentaram melhora significativa em habilidades relacionadas ao comportamento, a socialização e a comunicação. A avaliação do impacto foi realizada tendo como base o Childhood Autism Rating Scale (CARS), a Autism Rating Scale Gilliam (GARS) e Expressive and Receptive One-Word Picture Vocabulary tests (E/ROWPVT). Relatórios apresentados pelos pais das crianças também foram utilizados na avaliação. As crianças que tomavam o placebo em vez da carnosina, não apresentaram impactos positivos. Os pesquisadores afirmaram que, "A suplementação oral com L-carnosina resultou em melhorias tangíveis em comportamentos autistas, bem como aumentos na compreensão da linguagem que atingiram significância estatística."


Fonte: http://nutritionreview.org/2013/04/lcarnosine-autism/





segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Com olhos de uma criança



Dia 05 de outubro BH verá as coisas de um novo jeito.


Acesse e conheça: http://dom662.wixsite.com/olhosdecriancas

sábado, 13 de agosto de 2016

Células Tronco - Clínica Gerobasso

Café com Conhecimento

Nessa rodada de Café com Conhecimento contamos com o Dr Décio, que nos brinda com seu conhecimento sobre células tronco.



Dr. Décio Basso

Médico formado pela UFSC, em 1982. Especializado em geriatria e gerontologia pela PUCRS. Faz parte do staff médico do centro de pesquisa de terapia celular pela MBVVAX ( The University British Columbia Canada). Professor de Clínica Médica da faculdade de medicina da Universidad Privada Del Este PY. Diretor Clínico da GEROBASSO Research Institute, que é referência internacional em terapias inovadoras utilizando células tronco mesenquimais.

Poderias descrever como é realizado o procedimento em vossa clínica, destacando as diferentes técnicas utilizadas para a obtenção das células, suas diferenças e cenários de aplicação?

As células tronco que utilizamos são as mesenquimais autólogas homólogas, que são células adultas retiradas da medula óssea do próprio paciente ao longo de 5 semanas. Ou seja, quatro semanas de preparo para que, na quinta semana, se faça o grande implante.
Usamos  laser, PRP, hidrocólon, ozônioterapia, processo de eliminação de metais pesados, fornecimento de minerais e aminoácidos ao paciente, otimização hormonal a depender da idade do paciente, controlando –se os marcadores de células tronco até que se possa fazer o grande implante na quinta semana. Existe uma equipe para tudo isto.
As quatro semanas que antecedem  o grande implante de células tronco são utilizadas para que se estimule a produção interna, na medula óssea, de células tronco. São feitas retiradas de pequenas quantidades, em torno de 36 ml semanais e ao final, na quinta semana, uma retirada de maior volume, a depender do caso, podendo chegar a 200 /250 ml.
Tem funcionado muito bem esta utilização. É um procedimento que requer um preparo, que pode ser realizado de várias maneiras, dependendo da avaliação do caso, mas normalmente se levam 5 semanas para que se faça o implante completo.
Não utilizamos células embrionárias pois, apesar de serem poderosas, são extremamente incontroláveis, sendo o índice teratogênico muito alto. Hoje cita-se um índice de 11%, mas acredita-se que seja muito maior. Assim, toda vez que um paciente faz uso deste tipo de células, embrionárias, sabe-se que pelo menos 11% deles terão algum tipo de câncer. Por isto não nos utilizamos desta técnica.
Não usamos células de gordura, não usamos células de dente de leite, nem células de cordão umbilical, porque os trabalhos científicos demonstram uma pobreza e ineficiência quando o assunto é tratamento médico em doenças degenerativas, que é o caso de nossa clínica, que trata paciente com ELA (esclerose lateral amiotrófica), com distrofias musculares, com pacientes que precisam ser transplantados por doença renal ou grave insuficiência cardíaca, cerebropatias congênitas graves. São todos pacientes de altíssimo risco, então utilizamos apenas células tronco retiradas da medula óssea.

O ideal não seria utilizar células de outra pessoa, não doente?


As células utilizadas no implante são extremamente protegidas e estão inativas. Ou seja, a doença que está afetando a pessoa não está afetando as células tronco. Por isso pode ser do próprio paciente.



Quais são as vias de aplicação das células?

No grande implante de células tronco, utiliza-se também a via hemática, endovenosa, intratecal e a peridural. Na clínica, quando o processo degenerativo envolve a parte neurológica, se usa no grande implante a via endovenosa, associado a procedimentos  específicos que fazem com que as células tronco ultrapassem a barreira hematoencefálica e já adentrem no sistema nervoso.

Como é feita a preparação do paciente e das células?

Toda a preparação é feita na clínica. O laboratório também é dentro da clínica,ao lado da sala de cirurgia. Até hoje nunca tivemos problemas com nossos pacientes, com nossa técnica. Não fazemos imunossupressão, mas sim imunomodulação, por isso não corremos risco de processos infecciosos, de contaminação por fungos.

É necessário imunossuprimir o paciente antes da aplicação das células?

Não há necessidade alguma de se anular o sistema imunológico da pessoa, nunca utilizamos este método e nunca tivemos rejeição nem ao menos utilizamos antibioticoterapia preventiva ou pós algum tipo de implante. Não consideramos a técnica de imunossupressão avançada, pois paciente imunossuprimido  tem que viver praticamente em uma bolha, pois qualquer infecção pode ser mortal e a necessidade de cuidados extremos como UTI pode tornar o procedimento impraticável.
Nossa técnica é uma técnica americana aperfeiçoada por canadenses, muito bem vista em todo o mundo e nos levando a palestrar no congresso europeu a respeito. O protocolo canadense é muito simples, seguro, evoluído e a resposta e resultados dos pacientes também são ótimos.

A idade do paciente pode interferir no resultado? Pacientes com deficiência de G6PD podem realizar o procedimento?

A idade do paciente não tem muito a ver com a resposta. Evidentemente uma criança terá maior resposta que um paciente idoso, mas existem diversas técnicas para o aumento da proliferação de células. Nosso paciente mais novo tem 2 anos. Inclusive pacientes com deficiência na G6PD podem fazer este tipo de implante. O único problema que encontramos são pacientes que realizaram implantes anteriores de células embrionárias e buscam nossa clínica. Neles, tomamos o devido cuidado de solicitar o exame Onco 3, que mapeia células tumorais circulantes a partir de células tronco. Em havendo alguma alteração positiva neste exame, não fazemos o procedimento, pois este paciente certamente desenvolverá câncer. Do contrário, não há problema.

O procedimento é indicado para outros quadros degenerativos ou apenas para autismo?

Em todo e qualquer processo que esteja ocorrendo no organismo as células tronco têm condições de fazer uma regeneração. Trabalhamos com pacientes cadeirantes, incluindo ,por exemplo, uma paciente com lesão medular, que  tem apresentado os primeiros  movimentos dos pés e das pernas após transcorridos dois meses  de pós implante. Há que se entender que cada paciente é único e terá um tipo de avaliação, um protocolo, e dentro de um protocolo há inúmeras variações. Mas como já dito, nunca tivemos um paciente que não tenha recebido nenhum tipo de melhora e já tivemos pacientes com melhoras de 100%. Assim, sempre digo que a expectativa é sempre ótima e não temos nos decepcionado.
Não existe um lugar em que as células tronco não possam regenerar, mas há pacientes que respondem melhor, outros mais lentos, mas todos apresentam reações positivas.

Como é feito o preparo para que o procedimento possa ter uma maior probabilidade de sucesso?

As células tronco necessitam de marcação de superfície de células lesadas para poder atuar, para poder fazer replicação e regeneração. Quem leva estes marcadores, que são chamados CDs são as plaquetas, por isso se faz o PRP frequentemente e se acompanha o número aumentando dos CDs indicadores de fatores de crescimento local. E nós temos que atingir acima de 75% de viabilidade celular para poder fazer o implante e isto se faz às custas de PRP, dentre outras coisas. Sendo o PRP peça fundamental.

O procedimento de células tronco é indicado para casos de câncer?

Em paciente em  tratamento de quimioterapia ou radioterapia fica impraticável o uso de células tronco. É necessário se passar um tempo e fazer todo um preparo especial para que se tenha células tronco viáveis par se fazer um implante. Paciente em uso de rádio e quimio não tem melhora com células tronco.





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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Câmara aprova política nacional para pacientes com doenças raras no SUS


02/08/2016 - 13h44

Câmara aprova política nacional para pacientes com doenças raras no SUS

O projeto obriga o Ministério da Saúde a fornecer medicamentos para o tratamento de doenças graves e raras, ainda que eles não constem na relação de remédios disponibilizados gratuitamente pelo SUS
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou hoje o projeto que cria a Política Nacional para Doenças Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta define como doença rara aquela que afeta até 65 em cada 100 mil pessoas (PL 1606/11).
Como tramita em caráter conclusivo, a proposta poderá ser remetida diretamente para o Senado, exceto se houver recurso para que o Plenário da Câmara também analise o texto.


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O texto aprovado na CCJ é o substitutivo da Comissão de Finanças e Tributação ao Projeto de Lei 1606/11, do ex-deputado Marçal Filho, e ao PL 2669/11, do deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), que tramita apensado.
Pelo projeto, essa política deverá ser implantada em até três anos, tanto na esfera nacional, como na estadual e na municipal, com o objetivo de estabelecer uma Rede Nacional de Cuidados ao Paciente com Doença Rara. A proposta estabelece as competências de cada um dos entes federativos (municípios, estados e União) na execução da política.
O projeto obriga o Ministério da Saúde a fornecer medicamentos para o tratamento de doenças graves e raras, ainda que eles não constem na relação de remédios disponibilizados gratuitamente pelo SUS.
Prazo para valer
O relator na CCJ, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), fez apenas uma mudança: suprimiu o prazo de 90 dias dado pela proposta original para que o Executivo regulamentasse a nova lei.
Ele argumentou que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que é nula toda norma que venha a impor prazo para que outro poder execute atribuição de sua exclusiva competência, como a de regulamentar leis. “Com isso a proposta segue sem prejuízos, e esperamos que o governo regulamente a medida no menor prazo possível”, disse.
Atenção básica e especializada
A política será implementada tanto na chamada atenção básica à saúde, quanto na atenção especializada.

Na atenção básica (Unidades Básicas de Saúde e Núcleo de Apoio à Saúde da Família) serão identificados os indivíduos com problemas relacionados a anomalias congênitas, erros inatos do metabolismo, doenças geneticamente determinadas e doenças raras não genéticas. A ideia é que os portadores de doenças raras sejam identificados precocemente, no pré-natal ou ainda recém-nascidos, e que recebam o tratamento adequado desde a primeira infância. A política prevê ainda o suporte às famílias dos pacientes com doenças raras.

Já na atenção especializada (Unidades de Atenção Especializada e Reabilitação e centros de referência) será realizado o acompanhamento especializado multidisciplinar e os demais procedimentos dos casos encaminhados pela atenção básica.

Centros de referência
Conforme o texto, cada estado deverá estruturar pelo menos um centro de referência, que deve, na medida do possível, aproveitar a estrutura já existente em universidades e hospitais universitários.

A proposta estabelece ainda que os estabelecimentos de saúde habilitados em apenas um serviço de reabilitação passarão a compor a rede de cuidados à pessoa com doença rara. O objetivo é dar assistências aos pacientes sem tratamento disponível no âmbito do SUS. A ideia é que esses centros possam se articular com a rede do SUS, para acompanhamento compartilhado de casos, quando necessário.

Medicamentos órfãos
A política reconhece o direito de acesso dos pacientes diagnosticados com doenças raras aos cuidados adequados, o que inclui a provisão de medicamentos órfãos (aquele destinado ao diagnóstico, prevenção e tratamento de doença rara). Pelo texto, a necessidade de utilização desses medicamentos órfãos deverá ser determinada pelos centros de referência do SUS e reavaliada a cada seis meses.
Segundo o texto, a incorporação do medicamento órfão pelo SUS deverá ser considerada sob o aspecto da relevância clínica, e não sob o aspecto da relação custo-efetividade. A proposta diz ainda que os medicamentos órfãos destinados ao tratamento de doenças raras terão preferência na análise para concessão de registro sanitário junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estabelece algumas regras para facilitar esse registro.
Reportagem – Marcello Larcher
Edição – Natalia Doederlein

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/513162-CAMARA-APROVA-POLITICA-NACIONAL-PARA-PACIENTES-COM-DOENCAS-RARAS-NO-SUS.html