sábado, 15 de outubro de 2011

Eu tive um AVC... E agora?

Há um bom tempo venho ensaiando voltar com a página “Livros”, pois todo dia me pedem uma indicação de livros para ler.
Ficava só adiando, porque ando envolvida com muitas coisas diferentes.
Só que agora recebi  um livro, que li em 3 horas, que acho que vai reabrir essa página com chave de ouro.
Foi Flávio, meu colega/amigo que me falou dele, e despertou meu interesse.
Foi escrito pela ex-mulher de um amigo dele, que teve um AVC, sobreviveu a ele, mas não resistiu a uma depressão.
Suas irmãs resolveram publicar seus “manuscritos”.
A coincidência já começou com o nome do livro:
Eu tive um AVC.. E agora?
Pois já escrevi um texto, que virou página aqui no blog, Tenho um filho autista. E agora?
Depois um parágrafo:
“Vou aproveitar para dar uma dica a você que é profissional ou gosta de trabalhar na área da saúde, principalmente aos profissionais que estão no CTI. Cuidado! Os pacientes que estão perto da morte, na maioria das vezes, só não falam, estão como mortos, mas ouvem tudo que é dito ao redor e dói muito quando alguém fala coisas do tipo:
- Ah! Essa não tem jeito, vai morrer mesmo!”
Esse é um assunto que já foi falado aqui, nossos meninos não conseguem se expressar, falar, mas muitos que conseguiram sair do autismo falam que sempre entendiam tudo, sabiam o que falar, mas não conseguiam que as palavras saíssem.
Sempre vejo o desespero de Ana, quando quer achar alguma coisa no computador, tenta me explicar, e não consigo entender. São sentimentos de frustração e de impotência incríveis.
E Silvana  ( seu nome é Silvana Lima Nascimento) descreve isso perfeitamente.
Em seu livro “Três Poetas de sua Vida”, Stefan Zweig escreve sobre a dificuldade de se escrever uma autobiografia:
Que heróica paciência e segurança de si próprio não precisa um homem, antes de poder pronunciar com autoridade as palavras sublimes: ‘ Vidi cor meum’. – Conheci meu coração!
E como é penosa a volta!
Isto é, como é difícil emergir das profundezas do próprio ser para o mundo exterior!”
Silvana conseguiu esse feito, não como Casanova, Stendhal ou Tolstói, os poetas citados, mas como uma pessoa que conseguiu colocar no papel sentimentos que mesmo nós não conhecemos, mas que com certeza nossos filhos conhecem.
Não sei onde o livro pode ser achado, pois só achei um email para contato:
 Na falta de uma imagem da capa do livro, coloquei borboletas, uma de suas paixões.

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