quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

MONSANTO, GLIFOSATO (Roundup) E AUTISMO

Monsanto: 25 doenças que podem ser causadas pelo agrotóxico glifosato

Cientistas descobriram que pessoas doentes tinham maiores níveis de glifosato em seu corpo do que as pessoas sadias. Conheça os resultados destas pesquisas

A Monsanto investiu no herbicida glifosato e o levou ao mercado com o nome comercial de Roundup em 1974, após a proibição do DDT. Mas foi no final dos anos 1990 que o uso do Roundup se massificou graças a uma engenhosa estratégia de marketing da Monsanto. A estratégia? Sementes geneticamente modificadas para cultivos alimentares que podiam tolerar altas doses de Roundup. Com a introdução dessas sementes geneticamente modificadas, os agricultores podiam controlar facilmente as pragas em suas culturas de milho, soja, algodão, colza, beterraba açucareira, alfafa; cultivos que se desenvolviam bem enquanto as pragas em seu redor eram erradicadas pelo Roundup.

Ansiosa por vender seu emblemático herbicida, a Monsanto também incentivou os agricultores a usar o Roundup como agente dessecante, para secar seus cultivos e assim fazer a colheita mais rapidamente. De modo que o Roundup é usado rotineira e diretamente em grande quantidade de cultivos de organismos não modificados geneticamente, incluindo trigo, cevada, aveia, colza, linho, ervilha, lentilha, soja, feijão e beterraba açucareira.

Entre 1996 e 2011, o tão difundido uso de cultivos de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) Roundup aumentou o uso de herbicidas nos Estados Unidos em 243 milhões de kg – ainda que a Monsanto tenha assegurado que os cultivos de OGM reduziriam o uso de pesticidas e herbicidas.

A Monsanto falsificou dados sobre a segurança do Roundup e o vendeu para departamentos municipais de parques e jardins e também a consumidores como sendo biodegradável e estando de acordo com o meio ambiente, promovendo seu uso em valetas, parques infantis, campos de golf, pátios de escola, gramados e jardins privados. Um tribunal francês sentenciou que esse marketing equivalia a publicidade enganosa.

Nos quase 20 anos de intensa exposição, os cientistas documentaram as consequências para a saúde do Roundup e do glifosato na nossa comida, na água que bebemos, no ar que respiramos e nos lugares em que nossas crianças brincam.

Descobriram que as pessoas doentes têm maiores níveis de glifosato em seu corpo do que as pessoas sadias.

Também encontraram os seguintes problemas de saúde que eles atribuem à exposição ao Roundup e/ou ao glifosato:

1) TDHA: nas comunidades agrícolas, existe uma forte relação entre a exposição ao Roundup e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, provavelmente devido à capacidade do glifosato de afetar as funções hormonais da tireoide.

2) Alzheimer: no laboratório, o Roundup causa o mesmo estresse oxidativo e morte de células neurais observados no Alzheimer. Isso afeta a CaMKII, uma proteína cuja desregulação também foi associada à doença.

3) Anencefalia (defeito de nascimento): uma pesquisa sobre os defeitos no tubo neural de bebês cujas mães viviam em um raio de mil metros de distância de onde se aplicava o pesticida mostrou uma associação entre o glifosato e a anencefalia; a ausência de uma grande porção do cérebro, do crânio e do pericrânio formado durante o desenvolvimento do embrião.

4) Autismo: o glifosato tem um número de efeitos biológicos alinhados a conhecidas patologias associadas ao autismo. Um desses paralelismos é a disbiose observada em crianças autistas e a toxicidade do glifosato para bactérias benéficas que combatem bactérias patológicas, assim como a alta resistência de bactérias patógenas ao glifosato. Além disso, a capacidade do glifosato de facilitar a acumulação de alumínio no cérebro poderia fazer deste a principal causa de autismo nos EUA.

5) Defeitos de nascença: o Roundup e o glifosato podem alterar a vitamina A (ácido retinoico), uma via de comunicação celular crucial para o desenvolvimento normal do feto. Os bebês cujas mães viviam em um rádio de 1 km em relação a campos com glifosato tiveram mais que o dobro de possibilidade de ter defeitos de nascença segundo um estudo paraguaio. Os defeitos congênitos se quadruplicaram na década seguinte a que os cultivos com Roundup chegaram ao Chaco, uma província da Argentina na qual o glifosato é utilizado entre 8 e 10 vezes mais por acre do que nos EUA. Um estudo em uma família agricultora nos EUA documentou elevados níveis de glifosato e defeitos de nascença em crianças, tais como ânus não perfurados, deficiências no crescimento hormonal, hipospádias (relacionada à normalidade da abertura urinária), defeitos no coração e micropênis.

6) Câncer cerebral: em um estudo comparativo entre crianças sadias e crianças com câncer cerebral, os pesquisadores detectaram que, se um dos pais estivera exposto ao Roundup dois anos antes do nascimento da criança, as possibilidades de ela desenvolver câncer no cérebro dobravam.

7) Câncer de mama: o glifosato induz o crescimento de células cancerígenas no peito por meio de receptores estrógenos. O único estudo em animais a longo prazo de exposição ao glifosato produziu ratas com tumores mamários e reduziu a expectativa de vida.

8) Câncer: pesquisas de porta em porta com 65 mil pessoas em comunidades agrárias da Argentina nas quais o Roundup foi utilizado – conhecidas como cidades fumigadas – mostraram médias de câncer entre duas e quatro vezes maiores do que a média nacional, com altos índices de câncer de mama, próstata e pulmão. Em uma comparação entre dois povos, naquele em que o Roundup fora aplicado, 31% dos moradores tinham algum familiar com câncer, ao passo que só 3% o tinham em um povoado sem Roundup. As médias mais elevadas de câncer entre as pessoas expostas ao Roundup provavelmente surgem da reconhecida capacidade do glifosato de induzir danos ao DNA, algo que foi demonstrado em inúmeras pesquisas de laboratório.

9) Intolerância ao glúten e doença celíaca: peixes expostos ao glifosato desenvolveram problemas digestivos que são reminiscentes da doença celíaca. Existem relações entre as características da doença celíaca e os conhecidos efeitos do glifosato. Isso inclui desajustes nas bactérias das tripas, deslocamento de enzimas implicadas na eliminação de toxinas, deficiências minerais e redução dos aminoácidos.

10) Doença crônica nos rins: os aumentos no uso do glifosato poderiam explicar as recentes ocorrências de falências renais entre os agricultores da América Central, do Sri Lanka e da Índia. Os cientistas concluíram que, “embora o glifosato por si só não provoque uma epidemia de doença renal crônica, parece que ele adquiriu a capacidade de destruir os tecidos renais de milhares de agricultores quando forma complexos com água calcária e metais nefrotóxicos”.

11) Colite: a toxidade do glifosato sobre bactérias benéficas que eliminam a clostridia, assim como a alta resistência da clostridia ao glifosato, poderia ser um fator significativo na predisposição ao sobrecrescimento da clostridia. O sobrecrescimento da clostridia, especialmente da colite pseudomembranosa, foi comprovado como causa da colite.

12) Depressão: o glifosato altera os processos químicos que influem na produção da serotonina, um importante neurotransmissor que regula o ânimo, o apetite e o sono. O desajuste da serotonina é vinculado à depressão.

13) Diabetes: Os níveis baixos de testosterona são um fator de risco para o tipo 2 de diabetes. Ratos alimentadas com doses significativas de Roundup em um período de 30 dias, abrangendo o começo da puberdade, tiveram uma redução na produção de testosterona suficiente para alterar a morfologia das células testiculares e o início da puberdade.

14) Doença cardíaca: o glifosato pode alterar as enzimas do corpo, causando disfunção lisossomal, um fator importante nas doenças e falências cardíacas.

15) Hipotireoidismo: uma pesquisa realizada de porta em porta com 65 mil pessoas em comunidades agrícolas na Argentina nas quais se usa o Roundup encontrou médias mais elevadas de hipotireoidismo.

16) Doença inflamatória intestinal: o glifosato pode induzir a deficiência severa do triptófano, que pode levar a uma grave doença inflamatória intestinal que desajusta severamente a capacidade de absorver nutrientes por meio do aparato digestivo devido à inflamação, hemorragias ou diarreia.

17) Doença hepática: doses muito baixas do Roundup podem alterar as funções das células no fígado, segundo um estudo publicado em 2009 na “Toxicology”.

18) Doença de Lou Gehrig: a deficiência de sulfato no cérebro foi associada à Esclerose Lateral Amiotrófica. O glifosato altera a transmissão de sulfato do aparelho digestivo ao fígado, e poderia levar a uma deficiência de sulfato em todos os tecidos, incluindo o cérebro.

19) Esclerose múltipla: encontrou-se uma correlação entre uma incidência aumentada de inflamação de intestino e a Esclerose Múltipla. O glifosato poderia ser um fator causal. A hipótese é que a inflamação intestinal induzida pelo glifosato faz com que bactérias do aparelho digestivo se infiltrem no sistema circulatório, ativando uma reação imune e, como consequência, uma desordem autoimune, resultando na destruição da bainha de mielina.

20) Linfoma Não-Hodgkin: uma revisão sistemática e uma série de meta-análises de quase três décadas de pesquisas epidemiológicas sobre a relação entre o linfoma não-hodgkin e a exposição a pesticidas agrícolas concluiu que o linfoma de célula B tinha uma associação positiva com o glifosato.

21) Doença de Parkinson: os efeitos danosos dos herbicidas sobre o cérebro foram reconhecidos como o principal fator ambiental associado a desordens neurodegenerativas, incluindo a doença de Parkinson. O início de Parkinson após a exposição ao glifosato foi bem documentado, e estudos em laboratório mostram que o glifosato provoca morte celular característica da doença.

22) Problemas na gravidez (infertilidade, morte fetal, aborto espontâneo): o glifosato é tóxico para as células da placenta, o que, segundo os cientistas, explicaria os problemas na gravidez de trabalhadoras agrícolas expostas ao herbicida.

23) Obesidade: uma experiência consistente na transmissão de uma bactéria do aparelho digestivo de um humano obeso para os aparelhos digestivos de ratos provocou obesidade nos ratos. Tendo o glifosato produzido uma mudança nas bactérias do aparelho digestivo de produtores de endotoxinas, a exposição ao glifosato poderia, dessa forma, contribuir com a obesidade.

24) Problemas reprodutivos: estudos de laboratório em animais concluíram que os ratos machos expostos a altos níveis de glifosato, tanto no desenvolvimento pré-natal ou da puberdade, padecem de problemas reprodutivos, incluindo o atraso na puberdade, a baixa produção de esperma e a baixa produção de testosterona.

25) Doenças respiratórias: as mesmas pesquisas com 65 mil pessoas na Argentina descobriram médias mais elevadas de doenças respiratórias crônicas.

Alexis Baden-Mayer é editor do Organic Consumers Fund.

Tradução de Daniella Cambaúva.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Torta com massa de castanhas de caju.

O programa Fome de Quê, com a chef e nutricionista Neka Menna Barreto, apresentado no canal Discovery Home & Health, tem receitas fantásticas, que podem ser acessadas pelo site
http://discoverymulher.uol.com.br/culinaria/fome-de-que/guia-de-episodios/
Essa receita de torta é sem glúten, sem leite e sem açúcar. E é deliciosa. Com a base de castanha de caju podemos inventar outras receitas, salgadas ou doces.


Torta do Klaus – Neka Menna Barreto

Ingredientes

2 xícaras de castanha-de-caju
1 xícara de uva passa branca
2 xícaras de amêndoas
15 tâmaras
20 ameixas secas
2 xícaras de água de coco (coloque aos poucos, até ficar com a consistência de geléia. Usei bem menos. Pode ser com água também.)
½ manga batida (coloquei 1 manga Palmer inteira)
8 damascos secos
Canela a gosto
Noz-moscada
Castanhas para enfeitar
Preparo
Processe a castanha de caju e a uva passa. Em um prato, espalhe a farinha de castanha e uva passa no formato da base e laterais da torta. Coloque as amêndoas no processador e processe até que esteja na consistência de farinha/farelo e adicione as tâmaras. Faça uma camada desta mistura na base e laterais da torta. Para o recheio, coloque no liquidificador as ameixas e a água de coco. Liquidifique e espalhe sob a base da torta. Liquidifique o creme de manga com os damascos e espalhe sob a primeira camada de creme. Finalize com a canela em pó e a noz moscada (a gosto) e decore com as castanhas.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Metil B12



Apesar de ser muito utilizada nos EUA e na Europa, a vitamina metil B12 ainda é pouco usada aqui. A MB12 é a forma metilada da vitamina B12. Ela ativa diretamente o caminho bioquímico da metionina/homocisteína. Este caminho é o responsável pela desintoxicação do corpo, e por isso é tão importante para os autistas.
 Quem quiser procurar na internet, é só procurar por MB12 ou Methyl B12 que verá uma infinidade de artigos e vídeos. Os 2 melhores sites são os do Dr. Neubrander, que foi quem difundiu o uso da MB12 para autistas, e o do grupo TACA (Talk About Curing Autism).
www.tacanow.org


Quer conhecer um pouco mais sobre a metil B12? Então, boa leitura!



Antes de falarmos sobre a vitamina B12, permitam-me discorrer um pouco sobre alguns conceitos que fundamentam seu uso.
Primeiramente, precisamos entender que há diversas vitaminas disponíveis, mas o que são elas? Podemos comparar vitaminas a aditivos, ou seja, elementos que não são produzidos pelo organismo e, como tal, precisam ser obtidos de outras fontes (leia-se uma dieta balanceada).
De uma forma geral, ninguém necessita de vitaminas artificiais, bastando obter os ‘aditivos’ essenciais de uma boa e variada dieta. Mas e o que acontece quando o organismo é privado de nutrientes básicos, seja fruto de uma seletividade extremada, muito presente no autismo, ou resultado de uma dificuldade produzida por algum tratamento de saúde, como um processo quimioterápico? Precisamos suplementar nosso organismo! Suplementar significa agregar ao organismo elementos fundamentais que não são ofertados na quantidade, qualidade ou forma demandada.
Agora, quando minha alimentação é boa eu preciso suplementar de alguma forma? Em tese não, mas, como diz o filósofo, na prática a teoria é outra. Vamos desenvolver esse raciocínio aparentemente complexo: nosso organismo é um emaranhado de conexões, sujeito a fatores ambientais diversos e comandado pelo código da vida, o nosso DNA.
A exposição ambiental pode exigir uma carga adicional de determinados nutrientes, como quando de contato com contaminantes ambientais. Já o nosso DNA pode apresentar mutações, ou seja, pequenas ‘mudanças’ na nossa sequência fundamental que acaba gerando impacto na produção incorreta dos tijolinhos da vida. É o caso da mutação MTHFR que, apesar de nome difícil, indica deficiência na ‘síntese’ (não é o melhor termo, mas resumidamente descreve o caso) de ácido fólico. Síntese, nesse cenário, é a conversão da versão artificial (ácido fólico) na substância que o organismo realmente precisa (ácido folinico). Os que têm essa mutação devem evitar o ácido fólico e prestar atenção na homocisteína.
Bem, se você chegou até aqui, talvez seja hora de tomar uma boa xícara de café...
Enquanto tomas seu café, um pequeno desvio:
Desde 2014, os planos de saúde são obrigados a ofertar um conjunto de exames genéticos, em caso de dúvidas sobre a cobertura, consulte o site da ANS. Os exames nacionais ‘comuns’ avaliam individualmente uma mutação (como o MTHFR), exigindo uma coleta de sangue para cada mutação a ser analisada.
Outras opções disponíveis são os exames de espectro amplo, que oferecem resultados de um número maior de mutações.
Dentre esses, temos o 23andme (www.23andme.com), que talvez seja o exame de melhor relação custo benefício no mercado, o do GP (http://www.greatplainslaboratory.com/) e o da Yasko (http://www.dramyyasko.com/our-unique-approach/why-this-test/).

Espero que tenha aproveitado a pausa do café. Vamos aproveitá-la, para inserir um novo conceito: alergias podem ‘aparecer’ com o tempo, como no caso da cafeína. Então você pode ser alérgico a cafeína e ainda não saber (algumas alergias, bem como mutações, vão sendo ‘ativadas’ ao longo de nossa vida – para não dizer quando envelhecemos); para esses casos, eventualmente, você precisará rever sua suplementação com o passar dos anos.
Então bastaria tomar um espectro de vitaminas a minha vida toda, como medida profilática? Calma, não é bem assim. Existem dois tipos de vitaminas: hidro e lipossolúveis. As lipossolúveis, como a A e a D, são armazenadas em nossas células de gordura e seu excesso pode produzir ‘intoxicação’. É bom que essa categoria de vitaminas seja monitorada de tempos em tempos (no caso da D deve-se medir a 1,25-dihydroxycholecalciferol, que é a única forma ativa da vitamina D - preste atenção aqui na presença de mutações VDR, identificadas através do 23andme). Já as hidrossolúveis, em tese, são descartadas quando não utilizadas.
Um alerta importante aos que optarem por suplementação oral: é fundamental monitorar a função hepática.
Bem, agora que já conceituamos algumas dimensões, podemos comentar sobre as vitaminas da família B. Elas são fundamentais em vários ciclos da vida. Deficiências de vitamina B são associadas a várias doenças autoimunes, autismo (no caso do antifolate) e Alzheimer.
Assim como a deficiência da vitamina B9 (o ácido fólico) está associada à má formação do tubo neuronal, a B12 está associada, direta ou indiretamente, a vários processos cerebrais. A B12, especialmente na forma metil B12, é um elemento importante na metilação, que é um dos mais importantes ciclos da vida. Da metilação depende a produção da glutationa, que é nosso mais poderoso antioxidante natural.  Sua deficiência está associada a diversas doenças do sistema nervoso, como demonstrado nos estudos citados em [1], [2], [3], [4], [5], [6], [7], [8].
A boa notícia é que o uso de doses terapêuticas de B12 tem mostrado um efeito neuroregenerador [9].
Como se vê, a B12 pode apoiar o tratamento de diversos processos neurodegenerativos, como: esclerose, autismo, déficit de atenção, Alzheimer, etc., e pode também apoiar o ‘detox’ do organismo, sendo, portanto recomendada para grávidas e idosos. Ela é usada também, especialmente no Japão, para tratar esclerose lateral amiotrófica e problemas renais.
Vamos então tomar B12! Mas de que forma?
Bem, a forma oral é a mais barata e amplamente acessível (na farmácia mais próxima de sua casa ou trabalho). Problema? Bem, seu estômago é uma grande máquina de oxidação. O que isso significa? Que as substâncias entram no seu estômago e são ‘modificadas’. Na prática, no caso da B12, a transformamos em uma substância que não será aproveitada.
Precisamos então escolher outra forma, para deixar de lado o estômago. Que tal sublingual ou subnasal? Perfeito, essas formas não passam pelo estômago. Mas tem um pequeno problema, ao optarmos por uma dessas formas acabamos produzindo um ‘pico’ de B12 no organismo e, como ela é hidrossolúvel, o que não for utilizado é descartado; ou seja, não teremos B12 durante o tempo todo, resumidamente: dinheiro e esforço desperdiçados.  
Sobra, portanto a opção da injetável. O que os médicos que trabalham com essa opção têm proposto é a aplicação na área glútea, fazendo com que a liberação seja lenta (dado a presença de gordura). O Dr. Neubrander, talvez o maior divulgador da B12, sugere ângulo de 10 a 20º.
Então já sabemos que o melhor é a injetável, resta agora escolher a forma de B12. Sim, existem várias, como a metil B12, a hidroxy B12, etc. A de maior biodisponibilidade, a que o organismo aproveita de maneira máxima, é a forma metil. Se você busca utilizá-la como neuroregeneradora, a escolha natural é a forma metil.
Todos podem usar a metil B12? Esse é um tema controverso na comunidade. A Dra. Yasko sugere cuidado para pacientes portadores da mutação COMT (mais informações sobre esse quadro em: http://www.dramyyasko.com/resources/autism-pathways-to-recovery/chapter-8/ e você pode avaliar essa mutação através do 23andme), em função de um possível efeito alérgico, e para os que apresentam mercúrio inorgânico no organismo. Essa segunda observação foi apontada no trabalho de McElwee [10], no qual se discute a conversão: Mercúrio inorgânico + Metil B12 = Metilmercúrio + hidroxi B12. O que isso significa? Em resumo, que a metil b12 transforma o mercúrio inerte em mercúrio tóxico (o metilmercúrio) e esse, o metilmercúrio, ultrapassa a barreira hematoencefálica e vai degenerar o cérebro.
Então, procurem seus médicos e solicitem exames antes de iniciar a suplementação.

Já sabemos a forma de uso e os cuidados, mas, qual a dose? Bem, esse assunto é bastante complicado, vamos tentar responder em duas vertentes:
·         Recorrendo ao protocolo do Dr. Neubrander para pacientes autistas, é preconizado doses diárias de 75 microgramas por kg de peso. Geralmente a ampola de metil B12 é manipulada com a concentração de 25mg por ml, então a fórmula de cálculo ficará em: UIs = 100* (Peso*0,075)/25UI. Sendo que 1 UI equivale a 1 marcação na seringa de insulina tradicional.
·         Na segunda vertente, resgata dos alfarrábios japoneses que originaram o tratamento com a metil B12, preconiza doses bissemanais de 25 a 50 mg para uma pessoa de 70 Kg de peso (http://www.alsworldwide.net/methylcobalamin.html). Caso seu médico opte por esse protocolo o cálculo ficará em: UIs = 100*(peso/70) UI.

E agora, como comprar? Quando seu médico prescrever a metil B12 você poderá optar por produto importado ou nacional. Algumas das farmácias estrangeiras exigem prescrição de médico americano, o que, unido aos impostos de importação, pode tornar o tratamento bastante caro.
A opção então disponível era comprar do laboratório de manipulação Pineda (http://www.pineda.com.br/). Infelizmente o produto da Pineda leva conservante, o que pode gerar reações importantes em pessoas hiper sensíveis.
Muito recentemente a Citopharma (http://www.citopharma.com.br/), que possui equipamentos de ponta na área de manipulação, atendeu o apelo de um conjunto de pais, para trazer a opção do ouro vermelho (a metil B12) para solo brasileiro, buscando viabilizar o tratamento para mais e mais crianças. A Citopharma, aliando sua excelência industrial e seu corpo de pesquisa, avaliou os produtos vendidos mundo a fora e desenvolveu a metil B12 brasileira, biocompatível com os melhores produtos disponíveis no mundo; ou seja: vitamina pura e segura.
Boa caminhada a todos.
Edson Pacheco

Referências
[1]Victor M, Ropper AH. Diseases of the nervous system due to nutritional deficiency. Adams and Victor’s principles of neurology, 7th ed. New York’ McGraw-Hill; 2001. p. 1218 – 22.
[2]Reynolds EH, Bottiglieri T, Laundy M, Crelline F, Kirker SG. Vitamin B12 metabolism in multiple sclerosis. Arch Neurol 1992; 49:649 – 52.
 [3] Crellin RF, Bottiglieri T, Reynolds EH. Multiple sclerosis and macrocytosis. Acta Neurol Scand 1990;81:388 – 91.
[4] Nijst TQ, Hommes OR, Weavers RA, Schoonder-Waldt HC, De Haan AFJ. Vitamin B12 and folate levels of serum and cerebrospinal fluid in multiple sclerosis and other neurological disorders. J Neuro Neurosurg Psychiatry 1990;53:951 – 4.
[5] Goodkin DE, Jacobsen DW, Galvez N, Daughtry M, Secic H, Green R. Serum cobalamin deficiency is uncommon in multiple sclerosis. Arch Neurol 1994;54:1110 – 4.
[6] Shevell MI, Rosenblatt DS. The neurology of cobalamin. Neurol Sci 1990;19:472. [18] Allen RH. Metabolic abnormalities in cobalamin (vitamin B12) and folate deficiency. FASEB J 1993;7:1344.
[7] Peracchi M, Bamonti Catena F, Pomati M, De Franceschi M, Scalabrino G. Human cobalamin deficiency: alterations in serum tumour necrosis factor-alpha and epidermal growth factor. Eur J Haematol 2001;67:123 – 7.
[8]Najim Al Din AS, Khojali M, Habbosh H, Farah S, Idris AR, AIMuhtasib F. Macrocytosis in multiple sclerosis: a study in 82 de novo Arab patients. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1991;54:415 – 6.
[9] Watanabe T1, Kaji ROka NBara WKimura JJ Neurol Sci. 1994 Apr;122(2):140-3. Ultra-high dose methylcobalamin promotes nerve regeneration in experimental acrylamide neuropathy.

[10] McElwee MK; Ho LA; Chou JW; Smith MV; Freedman JH. Comparative toxicogenomic responses of mercuric and methyl-mercury. BMC Genomics; 14: 698, 2013. 


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